O Ozempic, inicialmente desenvolvido para tratar diabetes tipo 2, ganhou fama como "emagrecedor" entre celebridades como Maiara e Jojo Todynho. Agora, o medicamento injetável também está se tornando popular entre trabalhadores de empresas brasileiras. Uma pesquisa da Vidalink, especializada em planos de bem-estar corporativos, revelou um aumento de 6,79% no número de funcionários que receberam subsídio da empresa para comprar o medicamento no primeiro semestre de 2024, em comparação ao mesmo período de 2023.
A pesquisa da Vidalink analisou o comportamento de 4.300 colaboradores de 250 empresas. Segundo Luis González, CEO e cofundador da empresa, os subsídios permitem que funcionários comprem medicamentos com desconto ou até a custo zero, dependendo do empregador. O Ozempic, cujo princípio ativo é a semaglutida, é aprovado pela Anvisa para tratar diabetes tipo 2, mas seu alto preço – que pode ultrapassar R$ 1.000 – torna o benefício do subsídio um grande atrativo para os trabalhadores.
Além do subsídio, o aumento no uso do Ozempic também está relacionado à exposição nas redes sociais, onde celebridades divulgam suas experiências com o medicamento. No entanto, González alerta que o crescimento na demanda não está necessariamente vinculado ao uso apropriado para tratamento de diabetes. "Não temos como mensurar se todo esse aumento é devido a pessoas que desejam emagrecer. Embora seja necessário ter uma prescrição médica para usar o benefício corporativo, há farmácias que vendem o medicamento sem a receita", afirma o CEO.
Riscos e desafios
A crescente popularidade do Ozempic entre aqueles que buscam emagrecimento levanta preocupações sobre o uso inadequado do medicamento. González aponta que a falta de fiscalização e o aumento nas prescrições por profissionais não especializados são riscos que podem resultar em efeitos colaterais graves, como tonturas, diarreia e hipoglicemia. "Sem acompanhamento médico, é difícil identificar se uma reação é um efeito colateral normal ou um sinal de algo mais sério", alerta.
Para minimizar esses riscos, a Vidalink investe em programas de conscientização, como palestras e lives voltadas para colaboradores das empresas, incentivando a adoção de hábitos saudáveis. “Sem reeducação alimentar e prática de exercícios, o peso perdido com o medicamento pode facilmente ser recuperado. O uso do Ozempic deve ser parte de um processo contínuo de conscientização”, conclui González.
Enquanto o medicamento continua a ganhar popularidade, especialistas reforçam a importância de utilizar o Ozempic sob prescrição médica adequada e com acompanhamento regular para evitar complicações de saúde.
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