Minas Gerais enfrenta uma crescente preocupação com o aumento dos casos de coqueluche. Em apenas quatro dias, entre 30 de agosto e 3 de setembro, o estado registrou 26 novos casos da doença, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). A situação se torna ainda mais alarmante após a confirmação da morte de um bebê de dois meses em Poços de Caldas, no Sul de Minas, vítima da doença. Outros 454 casos suspeitos estão em análise no estado.
A prevenção contra a coqueluche é feita por meio da vacinação, disponível pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). No entanto, a falta do imunizante tríplice bacteriano (DTP) no estoque nacional levanta preocupações. A vacina pentavalente, que também protege contra coqueluche, além de difteria, tétano, Haemophilus influenzae tipo b e hepatite B, ainda está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Apesar disso, a cobertura vacinal está abaixo da meta de 95%, com apenas 71,09% da população imunizada.
O infectologista Leandro Curi ressalta a gravidade da situação: "O aumento de casos já é uma resposta à queda grave na cobertura vacinal. Essa é uma doença prevenível por vacinação disponível no SUS, e uma população imunizada dificilmente registra mortes, como a que ocorreu em Poços de Caldas."
Dados do Ministério da Saúde indicam que, até 26 de julho deste ano, foram confirmados 608 casos de coqueluche no Brasil, mais que o dobro dos 216 diagnosticados em 2023. A coqueluche, transmitida por gotículas de saliva, representa uma ameaça significativa, especialmente para bebês e crianças. Nos adultos, a doença pode se manifestar de forma assintomática, dificultando o diagnóstico e aumentando o risco de complicações graves.
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