
O Vale do Aço tem registrado um crescimento preocupante no número de diagnósticos de Transtorno do Espectro Autista (TEA) considerados inadequados por especialistas da área. Em entrevista à Rádio Itatiaia, o psiquiatra João Henrique Dupin denunciou que alguns profissionais estariam emitindo laudos de autismo sem que os pacientes apresentem as características clínicas necessárias, o que ele classificou como uma possível “máfia do autismo”.
Segundo Dupin, o fenômeno não apenas banaliza o transtorno, como também gera impactos negativos para os pacientes e suas famílias. “O diagnóstico de autismo é complexo e envolve múltiplas características. Laudos emitidos de forma equivocada podem levar a tratamentos desnecessários e dificultar o acesso de pessoas que realmente necessitam de serviços especializados e direitos legalmente garantidos”, explicou o médico.
O psiquiatra reforça que a emissão de diagnósticos sem critérios clínicos adequados compromete o funcionamento do sistema de saúde e prejudica políticas públicas voltadas a quem precisa de suporte efetivo. Além disso, Dupin alerta que o tratamento inadequado pode causar desgaste emocional às famílias e prejudicar o desenvolvimento de crianças diagnosticadas incorretamente.
Como forma de prevenção, o especialista orienta que pais e responsáveis busquem profissionais especializados e com boas referências, discutam detalhadamente os sintomas apresentados e considerem a segunda opinião quando houver qualquer dúvida sobre o diagnóstico. “A atenção e o cuidado na escolha do profissional são fundamentais para garantir que apenas os casos que realmente se enquadram nos critérios do TEA recebam o diagnóstico e o tratamento adequados”, concluiu.
 
  
  
  
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