
O número de casos confirmados de intoxicação por metanol no Brasil aumentou para 41, segundo boletim divulgado pelo Ministério da Saúde na noite desta quarta-feira (15/10). As ocorrências estão associadas ao consumo de bebidas alcoólicas contaminadas. O governo federal também investiga a presença da substância no organismo de outros 107 pacientes que apresentaram sintomas compatíveis, enquanto 469 notificações já foram descartadas após análise laboratorial.
O estado de São Paulo concentra a maioria dos casos confirmados, com 33 registros. Também foram confirmadas contaminações no Paraná (3), em Pernambuco (3) e no Rio Grande do Sul (1). Entre os casos que seguem em investigação, São Paulo lidera com 57 suspeitas, seguido de Pernambuco (31), Rio de Janeiro (6), Mato Grosso do Sul (4), Piauí (3), Rio Grande do Sul (3), Alagoas (1), Goiás (1) e Paraná (1). Minas Gerais, até o momento, não possui registros confirmados ou sob apuração.
De acordo com o Ministério da Saúde, o número de mortes confirmadas em decorrência da ingestão acidental de metanol subiu para oito, sendo seis em São Paulo e duas em Pernambuco. Outros dez óbitos permanecem em investigação nos estados de São Paulo (4), Pernambuco (3), Mato Grosso do Sul (1), Paraíba (1) e Paraná (1).
O metanol é um tipo de álcool utilizado principalmente na indústria, em produtos como solventes, plásticos, combustíveis, tintas e anticongelantes. Embora sua aparência e cheiro possam se assemelhar ao etanol — o álcool presente em bebidas —, o metanol não é próprio para consumo humano. É uma substância altamente tóxica e pode causar graves danos à saúde, mesmo em pequenas quantidades.
Quando ingerido, o metanol é metabolizado no fígado e convertido em formaldeído e ácido fórmico, compostos que afetam o sistema nervoso central e a visão, podendo levar à cegueira e até à morte. A exposição por inalação também oferece risco, já que o vapor do metanol pode ser absorvido pelas vias respiratórias e provocar intoxicação.
O Ministério da Saúde reforçou a importância de a população adquirir bebidas alcoólicas apenas de fontes confiáveis e evitar o consumo de produtos de origem duvidosa, especialmente em embalagens sem rótulo, lacre de segurança ou procedência identificável. As investigações continuam em andamento em conjunto com órgãos de vigilância sanitária e forças de segurança pública para identificar as origens das bebidas adulteradas e responsabilizar os envolvidos na fabricação e distribuição irregular.
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