A Defesa Civil de Minas Gerais emitiu um alerta sobre o aumento do risco de deslizamentos de terra e inundações no estado diante da previsão de chuvas acima da média histórica para o período 2025/2026. O levantamento foi elaborado pelo Centro de Inteligência da Defesa Civil (Cindec), que aponta para uma temporada chuvosa mais intensa, com precipitações concentradas principalmente entre outubro e dezembro, e novo pico previsto entre fevereiro e março de 2026.
De acordo com o capitão Jakson Avelino, da Diretoria de Relações Institucionais da Defesa Civil Estadual, o principal fator de preocupação é a saturação do solo, que eleva significativamente as chances de deslizamentos em áreas de risco. “O maior perigo está no solo encharcado, que pode ceder com mais facilidade e provocar desastres em regiões vulneráveis”, explicou o militar. Segundo ele, as áreas mais suscetíveis incluem o Sul de Minas, Zona da Mata, Leste e Região Metropolitana de Belo Horizonte.
O Cindec mantém um monitoramento ininterrupto das condições meteorológicas e geológicas em todo o território mineiro. O sistema cruza dados em tempo real para emitir alertas preventivos à população e aos municípios. Os mineiros podem se cadastrar gratuitamente para receber mensagens de texto pelo número 40199, além de acompanhar notificações por meio do aplicativo Emergências, que integra o Sistema Nacional de Alertas de Desastres.
Na última semana, o governo estadual lançou o Plano Estadual de Enfrentamento ao Período Chuvoso 2025–2031, um documento de planejamento de longo prazo que define diretrizes para a cooperação entre Estado e prefeituras. O plano busca aprimorar as ações de prevenção, resposta e reconstrução diante de desastres naturais, com o objetivo de reduzir perdas humanas e materiais nos próximos anos.
O capitão Jakson Avelino informou ainda que, neste ciclo chuvoso, 13 guarnições estarão de prontidão em diferentes regiões do estado, com deslocamento imediato em casos de alerta elevado. “Nosso desafio é chegar a qualquer município atingido por desastre em menos de 24 horas, oferecendo suporte técnico e logístico às equipes locais”, afirmou.
A última temporada de chuvas, entre outubro de 2024 e março de 2025, deixou 27 mortos e provocou estragos em 171 municípios mineiros, que decretaram situação de emergência ou calamidade pública. O balanço da Defesa Civil indica ainda que 9,9 mil pessoas ficaram desalojadas e 2 mil precisaram de abrigo temporário.
Durante o período, o governo estadual prestou assistência a todas as cidades afetadas, com a distribuição de 22 mil itens de ajuda humanitária, totalizando 157 toneladas de mantimentos, colchões, kits de higiene e limpeza, entre outros.
Com a previsão de um novo ciclo de chuvas intensas, a Defesa Civil reforça o pedido para que prefeituras e moradores de áreas de risco adotem medidas preventivas, como o monitoramento de encostas, a limpeza de bueiros e o cumprimento de planos de evacuação em situações de emergência. O órgão destaca que a prevenção e o alerta rápido continuam sendo as principais estratégias para reduzir os impactos de desastres naturais em Minas Gerais.
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