O Ministério da Saúde anunciou nesta quinta-feira (9) a chegada de 2,5 mil unidades do medicamento fomepizol, utilizado no tratamento de intoxicações por metanol. O antídoto será destinado a reforçar os estoques de hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS), especialmente nos estados que registraram casos de contaminação após o consumo de bebidas adulteradas.
Segundo o último balanço divulgado pela pasta, o país contabiliza 24 casos confirmados de intoxicação por metanol e cinco mortes. A distribuição inicial de 1,5 mil unidades começou ainda nesta quinta-feira, com prioridade para São Paulo, que concentra todos os óbitos registrados até o momento. O estado receberá 288 doses.
Na sexta-feira (10), o envio do medicamento será ampliado para outros estados que notificaram casos suspeitos: Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Piauí, Espírito Santo, Goiás, Acre, Paraíba e Rondônia. O restante do lote permanecerá no estoque estratégico do Ministério da Saúde, que manterá mil ampolas reservadas para futuras emergências.
A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Mariângela Simão, destacou que essa é a primeira vez que o Brasil adquire o fomepizol, produzido por uma subsidiária de uma empresa japonesa. “O medicamento chega como uma segunda opção ao etanol farmacêutico, que já está disponível na rede. Apesar das notificações em 12 estados, todos terão acesso tanto ao etanol quanto ao fomepizol”, afirmou.
O fomepizol é considerado altamente eficaz e seguro no tratamento de intoxicações por metanol. Sua principal função é impedir que o metanol seja transformado em ácido fórmico, substância responsável por causar danos ao sistema nervoso central e à visão, podendo levar à morte. Devido ao alto custo e à baixa demanda global, o medicamento é produzido em pequena escala em todo o mundo.
O metanol, diferentemente do etanol presente em bebidas alcoólicas, é uma substância de uso estritamente industrial, utilizada na fabricação de solventes, tintas, combustíveis e plásticos. Mesmo pequenas quantidades podem ser fatais para o ser humano. A ingestão ou inalação acidental da substância provoca sintomas como náusea, dor de cabeça, perda de visão e, em casos mais graves, falência múltipla de órgãos.
Com a chegada do novo antídoto, o Ministério da Saúde espera reforçar a capacidade de resposta do SUS a casos de intoxicação e ampliar a segurança no tratamento das vítimas de envenenamento por metanol em todo o país.
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