Em cerimônia realizada na última quarta-feira (28), no município de Cachoeira dos Índios, no sertão da Paraíba, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que “Deus deixou o sertão sem água porque sabia que ele seria presidente da República”. A fala ocorreu durante a assinatura da ordem de serviço para construção de um novo ramal da transposição do rio São Francisco, projeto que promete ampliar o acesso à água na região Nordeste.
“Deus deixou o sertão sem água porque ele sabia que eu ia ser presidente da República e que eu ia trazer água para cá. Ele sabia que somente uma pessoa que tinha passado fome, somente uma pessoa que com sete anos de idade carregava pote de água na cabeça, poderia fazer isso”, declarou o presidente, em discurso marcado por tom emotivo e referência à própria trajetória pessoal.
Lula destacou a relevância histórica da transposição, mencionando que a promessa de levar água ao semiárido nordestino é feita há quase dois séculos. “Era uma obra que muita gente não acreditava que a gente pudesse fazer, porque fazia 179 anos — eu não estou falando de 10 anos, estou falando de 179 anos — que se prometia água para essa região”, afirmou, classificando a decisão de executar a obra como “a mais importante que já tomou na vida”.
Mais cedo, em outro evento relacionado à transposição, desta vez em Salgueiro (PE), o presidente adotou um discurso mais político. Sem citar diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Lula criticou a gestão anterior e afirmou que o país não pode ser entregue a “qualquer tranqueira”.
“O compromisso que vocês têm que ter não é comigo não, é com os filhos de vocês, com os netos de vocês, com os pais de vocês. A gente não pode votar em qualquer tranqueira para governar esse país. É preciso votar em gente que tenha compromisso, que tenha dignidade, que tenha o direito de olhar para vocês nos olhos. Esse país não pode mais sofrer o retrocesso”, declarou, em tom de alerta para o cenário eleitoral.
A transposição do rio São Francisco é um dos principais projetos de infraestrutura hídrica do país e tem sido prioridade dos governos petistas. Com a assinatura da nova obra, o governo pretende ampliar a oferta de água para regiões do sertão que historicamente sofrem com estiagens prolongadas e escassez hídrica.
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