Elias Fernandes
O número de casos prováveis de dengue registrados em Lagoa Santa este ano segue crescendo. Segundo levantamento da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG) publicado nessa segunda-feira (13), já são 2.584.
A incidência no município, de 4.078,35 por 100 mil habitantes, é considera “muito alta” pelo órgão. Na cidade, há cerca de 63 mil moradores.
Em entrevista recente ao jornal Impactto News, o secretário municipal de Saúde, Gilson Urbano, afirmou que ações de combate ao mosquito Aedes aegypti estão sendo desenvolvidas desde o início do ano. O trabalho, no entanto, estaria sendo intensificado a partir do fim de março.
O secretário de Saúde de Lagoa Santa, Gilson Urbano (Mariana Pimenta)
“Estamos indo nas casas e, com número em torno de 50 agentes de Controle de Endemias, realizando visitas periódicas para aplicação de veneno. Criamos também salas de espera nas Unidades Básicas de Saúde, mutirões de limpeza e projetos de conscientização de alunos e professores nas escolas municipais”, disse o secretário.
“A Prefeitura está ainda regulamentando a entrada forçada em estabelecimentos em situação de abandono, fazendo a capacitação de pessoas para atendimento de disque denúncia e, em algumas regiões com maior incidência da doença, utilizando o BV Pesado, o famoso fumacê”, acrescentou.
Gilson Urbano também explicou que o uso do carro fumacê traz danos ao meio ambiente, coloca em risco a vida de crianças e idosos e “não é uma solução”. A alternativa vai ser usada novamente “se houver necessidade”.
“Quando realizamos a ação, é realizado um monitoramento para saber se está baixando o índice de notificação naquela região”, afirmou.
Febre alta, dores musculares intensas e ao movimentar os olhos, mal estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas são os principais sintomas da dengue.
A orientação da Prefeitura é que, caso algum morador sinta algum deles, dirija-se “imediatamente” à Unidade Básica de Saúde (UBS) de sua comunidade para ser acolhido pela Equipe de Saúde da Família (ESF) e receber atendimento e orientações.
Caso a procura aconteça em finais de semana ou feriados, o morador ou moradora deve procurar o Pronto Atendimento Municipal (PAM), localizado na rua Caiçara, 500, bairro Brant.
Maioria dos focos estão nas residências
Cerca de 60% dos focos do mosquito estão dentro das residências, é o que concluiu o Departamento de Zoonoses de Lagoa Santa. Os moradores precisam ficar atentos às caixas d’águas, vasos de plantas, pneus, garrafas pet e quaisquer utensílios que podem servir para acumular água parada.
Os lotes vagos também são uma ameaça à população. Muitas vezes tomados por matagais, eles acabam se tornando depósito de lixo de quem passa por eles e até vizinhos.
É possível denunciar a presença desse lotes no site da administração municipal.
Vetor Norte e Minas Gerais
Em 2019, outros municípios do Vetor Norte também apresentam resultados preocupantes em relação à dengue. São os casos de Baldim, com 43 casos; Capim Branco, com 279; Confins, com 41; Esmeraldas, com 933; Jaboticatubas, com 432; Matozinhos, com 753; Pedro Leopoldo, com 638; Ribeirão das Neves, com 5,594; Sabará, com 3.498; Santa Luzia, com 1.900; São José da Lapa, com 383; e Vespasiano, com 1.552.
A incidência da doença é calculada considerando os números de habitantes e de casos prováveis de dengue em cada cidade.
Já em toda Minas Gerais, 247.602 ocorrências foram notificados entre 1º de janeiro e 13 de maio. Além disso, 38 mortes já foram confirmadas e outras 92 estão sendo investigadas.